Antes de tudo,
eu sou.
Depois de tudo é mistério.
Depois de nada
eu nasço
e tudo pulsa,
e tudo muda,
e tudo flui,
e tudo eu fui.
sábado, 28 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Afins
Fone de ouvido serve para não compartilhar o som com os outros, para não invadir o mundo externo com o mundo particular, não é egoísmo, senão intimidade. Mas compartilhar este objeto é compartilhar um mundo particular comum aos dois que o fazem.
........Afinidade é compartilhar o fone de ouvido (afeto), e com um susto sem adrenalina, sentir a música e o pulsar do coração da companhia entrarem na mesma frequência. E então, sem palavra alguma ser dita, as almas e os corpos, em um mesmo ritmo, ritmo, ritmo, tum tum, tum tum, tum tum sorriem sem mostrarem os dentes, mas com os olhos. Fecham-nos. E num mesmo embalo os corpos dançam, contudo, sem movimentos bruscos. Nada deve quebrar o tudo- a leveza do momento, a sintonia, o estado de graça, a ressonância de suas vibrações internas.
.........Afinados, sentem o som e todo seu universo de sentimentos em notas musicais e instrumentos - os quais se diferenciam pelo timbre (os corpos diferenciam-se pelas unhas pintadas e pelo comprimento dos cabelos, os quais teimam em cair sobre seus olhos sorridentes - é o vento que sopra sem fazer barulho!). Os instrumentos tocam e as mãos acompanham o verbo. Os olhos molhados ( a música é marulho afinal), como se não suportassem sorrir e chorar a mesma emoção, gritam.
Tum........................... tum, tum........................................ tum, tum.............................. tum....
..........As ondas ressonantes agora quebram insones na areia. Uma praia deserta de mar e amar. É sol aqui, lá dentro é solidão. O grito torna o agudo grave e digno de súplica por salvação. Sem dó, sem mi m, a música acaba e o silêncio queima. As mesmas mãos, com a dor do mundo, desfazem o gesto e retiram os fones, e trazem consigo um rastro salgado dos olhos doces.
Ela diz: Dói ouvir o silêncio. Ele diz: é assustador sentir as batidas arrítmicas do coração.
Eram jovens, meu deus, não aguentariam tanto amor.
Disseram adeus e seguiram, ele para o seu ponto de partida, ela- que não tinha um caminho anterior- ficou parada. Ele, por não suportar, voltou a ouvir as canções desafinadas que ouvira outrora e que não lhe roubavam tanto o sangue. Ela sangrava progressivamente, a música – aquela - havia travado no repeat.
Preciso coagular.
Aperte o pause, por favor.
(e chega desse estrangeirismo!)
........Afinidade é compartilhar o fone de ouvido (afeto), e com um susto sem adrenalina, sentir a música e o pulsar do coração da companhia entrarem na mesma frequência. E então, sem palavra alguma ser dita, as almas e os corpos, em um mesmo ritmo, ritmo, ritmo, tum tum, tum tum, tum tum sorriem sem mostrarem os dentes, mas com os olhos. Fecham-nos. E num mesmo embalo os corpos dançam, contudo, sem movimentos bruscos. Nada deve quebrar o tudo- a leveza do momento, a sintonia, o estado de graça, a ressonância de suas vibrações internas.
.........Afinados, sentem o som e todo seu universo de sentimentos em notas musicais e instrumentos - os quais se diferenciam pelo timbre (os corpos diferenciam-se pelas unhas pintadas e pelo comprimento dos cabelos, os quais teimam em cair sobre seus olhos sorridentes - é o vento que sopra sem fazer barulho!). Os instrumentos tocam e as mãos acompanham o verbo. Os olhos molhados ( a música é marulho afinal), como se não suportassem sorrir e chorar a mesma emoção, gritam.
Tum........................... tum, tum........................................ tum, tum.............................. tum....
..........As ondas ressonantes agora quebram insones na areia. Uma praia deserta de mar e amar. É sol aqui, lá dentro é solidão. O grito torna o agudo grave e digno de súplica por salvação. Sem dó, sem mi m, a música acaba e o silêncio queima. As mesmas mãos, com a dor do mundo, desfazem o gesto e retiram os fones, e trazem consigo um rastro salgado dos olhos doces.
Ela diz: Dói ouvir o silêncio. Ele diz: é assustador sentir as batidas arrítmicas do coração.
Eram jovens, meu deus, não aguentariam tanto amor.
Disseram adeus e seguiram, ele para o seu ponto de partida, ela- que não tinha um caminho anterior- ficou parada. Ele, por não suportar, voltou a ouvir as canções desafinadas que ouvira outrora e que não lhe roubavam tanto o sangue. Ela sangrava progressivamente, a música – aquela - havia travado no repeat.
Preciso coagular.
Aperte o pause, por favor.
(e chega desse estrangeirismo!)
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