quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vento - Van Gogh

Gosto das pipas, das lagartas e dos cataventos e de todas as suas inefáveis tempestivas levezas. 
De todas as 
                 insignificâncias  
                                       de borboletas camufladas em tortuosos vermes. 
Dos caleidoscópios e suas subterrâneas tempestades etéreas.

caçadores noturnos

um tigre (olhos cheios de prantos inocentes) 
engasgado na sua selvageria 
pura, pura, pura
nos meus sonhos, sempre nos meus sonhos, minha mente,
persegue-me
o predador mais Temido
nada em si, silencioso

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

présê (azul para esquentar o pé)

nos sinais abertos, verdes, aceleram-se vorazes oceanos 
nos olhos cobertos, amarelos, escorrem-se mundanos sais 
lenta 
mente 
perdeu-se vermelha.


(sem voz, sem cais, sem cor,
Senhor, sem hora, sem panos

Para vestir seu porto nu, céus)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

 ''Metamorphosis'' de Vladimir Kush.
"Os surrealistas deslizam pelas águas mágicas da irrealidade, desprezando a realidade concreta e mergulhando na esfera da absoluta liberdade de expressão, movida pela energia que emana da psique. Eles almejam alcançar justamente o espaço no qual o Homem se libera de toda a repressão exercida pela Razão, escapando assim do controle constante do Ego."
(Mariáh Majolo)



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ATRÁS-VÊ-SE A PONTE

http://www.youtube.com/watch?v=pWuikHV1SDo&feature=relmfu

Penso linhas horizontais
O horizonte é uma linha
Sozinha, Infinita
Um ponto
Redondo
Infinito
Giros dentro de mim
Ou de outro
Eu
não sei rodar
Por não caber outra
no não espaço – não há lugar
É mais dentro
E fora
Do transeunte
Que navega constelações
Vai - embora e contudo
no mar pontilhado
geométrico, egolátrico
hoje ou oge, não há outro tempo
agora é o ponto
exato da exaustão
tanto erro
pra nenhuma explicação
janta gente
para descobrir o gosto
ausente
de ser
um ponto
que nada finda.
Nada, nada, nada
cem anos
oceanos
sem panos
nus
livres de qualquer contorno
linhas são
apenas horizontes
para dormir o sol
entre a ponte da solidão
amarre-nós
nos cadarços dos pés
as pontas, as penas
pelados de poeira e adornos
amar-nós
nós são pontos
dentro de outros
somos sós
ponte e lados
findados a pós



VOCÊ VÊ ATRAVESSANDO A PONTE?!...

.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

ArtRio Feira Internacional de arte contemporânea do Rio de Janeiro

segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Sinestesia, era sobre isso que falávamos. 
Palavras, palavras, palavras...Verbos sem ações. E, agora, aprendi a amassar o processo das coisas, não há cronogramas pra seguir, não há, não há, não há tempo pra amar na hora certa. Dance errado, corra errado, sente errado, beije errado, responda errado, balance errado, voe errado. 
Não pouse, arrependimento, nos meus ombros. 
E deixe os sons voarem. Vejo 
a melodia, em cores, penetrando nos ouvidos de outra pessoa. O cheiro desses sons levando, o gosto dessa respiração indo, o calor nos olhares dançando um passo novo e longe do que não é perto. Parte de mim veleja e eu mergulho. Parte, voe, vai-te. Eu já quebrei meu relógio e os ponteiros fincaram meus verbos e imagens de um futuro passado imperfeito imaginado. A vida é pássaro, é errado como tudo que é vivo e eu aceito. Agora. Só agora. 
Eu só.
Os novos mares aceitam tuas novas asas, pois são os mesmos. Velhos, eternos. Escutarei as ondas quebrando no amanhecer, ondas de cor, ondas de som. Sempre as mesmas. Não as sensações. Pássaros, por mais que vão, e são, estarão sempre no céu. E nos encontramos. Pra onde olhará no entardecer...Hoje eu abri as janelas e sai. Desejei que teu acordar seja sempre amarelo 

de uma cor diferente.