sábado, 29 de janeiro de 2011

desesperar-sê




sábado, 15 de janeiro de 2011

Toda poesia que ficou perdida nos copos de cerveja


eu vejo seus quatro olhos
e todos eles são lindos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Você vai piscar e eu serei azul


Não, não é isso. No entanto, é. Apesar de serem doces esses olhos seus, não lhos consigo olhar diretamente. Desvio. E sei que não é pura mentira queimando mentiras frias. Não tenho culpa. Talvez tenha, mas não a assumo. Não posso. Se segurá-la irei derrubá-la. E as culpas que carrego, o faço, pois posso mostrá-las estendidas em minhas mãos e olhos. Olhem, olhem essa sujeira que alguém chamou de sujeira e aceitei ser lavada por ela, para me sentir límpida - ou para ser poeira e passar despercebida num mogno velho qualquer, de uma casa amarela velha qualquer, fazendo um velho qualquer tossir e morrer por não poder enxergar a microscopia que o suja e suja seus lenços de vermelho. Não quero culpas pelo chão, nem que as carregue por ter no sangue esse imã que atrai essa palavra dúbia e dissimulada e cruel. Desculpas pedidas sem sentido; e você insiste em pedi-las para que se sinta redimida dos pecados do mundo. Culpas perdidas no sentir. Oh, mas quero tanto que ultrapasse essa barreira dogmática, essa palavra pecadora: pecado. Pedaço de dor engolida a cada pausa. A cada passo o pus escorre por todos seus poros que não existem - seu hermetismo insiste. Você tem a culpa escondida na sola dos pés para que a perca a cada passo trêmulo, e eu não consigo suportar. Tem amor na culpa que fica pelo caminho. Meu deus, tem amor na sua dor! Não a entregue diretamente ao solo. Ao menos a deixe sentir a queda, a atmosfera que existe entre suas mãos e o chão, entre seus olhos e as calhas: as lágrimas que caem para que você se levante. Não entregue sua solidão diretamente ao céu. Uma balança que adora extremos. Oh, mas não devemos ser imparciais. Oh, mas devemos escolher um lado. Oh, não fique em cima do muro. Oh, que merda é essa! E se a minha escolha não tiver lado? Em cima do muro o ar é rarefeito e eu conheço a ausência – e que esta não seja confundida com solidão que é tão cheia de tudo. E danço sem respirar. Um pé atrás do outro para não cair. E eu me divirto até que tombe para algum extremo. Tremendo, não é medo, mas frio. Falta-me sua companhia e me falta o amor nos seus olhos e então eu sei que já esta na hora errada de eu olhar no relógio certo e abandonar esse tempo que eu compartilhei com sua solidão cinza. A minha é púrpura! E eu me vanglorio! Ignoro que sei que não caberiam 4 pés numa indecisão. Chove roxo e então eu posso nascer no jardim entre gramíneas e pragas e flores e insetos e suas antenas. Capto o bater das suas asas. Preciso que caia para que eu o sinta respirar. Minha crueldade estúpida é apenas obsessão por sua falta de amor, e de ódio. Sua imparcialidade que eu não desprezo me despreza silenciosa e eu quero gritar, pois acho linda sua independência do meu ar pra respirar. E eu vou morrendo sufocada. Por falta de a...
Você não tem dor e teu amor não fica pelo caminho. Você não carrega culpas e minhas desculpas o são apenas nove letras formando uma palavra que carrega outra, que sobrecarrega aquela. Lá onde você vive não há muros, nem lados... Pois você não os criou. E eu odeio tua independência porque o amo. Nem sei quem é, o criei, não consigo sentir o ar sujo que elimina de suas narinas, mas sinto que rouba o ar limpo o qual eu respiraria. Sístole, diástole; sístole, diástole; sístole... diástole.....insisto...dias. Até parar. Até par. Ar, ar...ar.................................................a

Enquanto eu fecho meus os olhos que são dois, você apenas desvia ímpar.