terça-feira, 17 de junho de 2008

Ânsia


Hei, desculpe-me! Mas eu não posso ficar.
Minha mente me leva, minha mente me cospe pra longe daqui...
Como um vômito que teima em sair.
Como o vento, sempre em movimento;
Que não pode parar, que não consegue parar e que se para... já não é mais vento, perde sua essência.

Sinto muito!
Mas eu acelero e vou pra longe.
Eu não sei pra aonde eu vou, (e por eu sentir demais)
eu não sei onde estou.

Onde eu estou é aonde eu não posso ficar.
Quem eu sou, não é com quem você quer estar.


Com você por perto, eu me perco.
Eu troco flores por pedras.
Sinto-me subordinada a ser um eu ‘que deseja ser quem você quer desejar’.
Sinto-me suja, podre, cega.
Esterco.
Aqui não é o meu lugar.

Não quero dependências.
Por favor, poupe-me de suas supérfluas exigências.
Eu quero ser ‘para mim’, ser por inteiro.
Quero libertar minha consciência, curar essa ânsia.
Éca!


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