segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ah!



Sinceramente, eu acho que deveriam me deixar em paz.
Eu não tenho mais heróis para me espelhar, eu perdi isso.
Eu não me preocupo mais em satisfazer vontades alheias, não me preocupo mais em ser um bom exemplo, em fazer tudo oq me taxaram como 'certo'. Esse é o problema.
Eles te programam, eles te entregam gavetas separadas por 'certo' e 'errado', e você tem que agir de acordo com isso. Não!
Chega um momento em que você quer independência, quer ser livre para agir de acordo com oq você acha certo ou errado, ou simplesmente, você é livre para achar que não existe o certo e o errado.
Você sempre foi uma 'boa menina', você sempre gostou de ser assim. Você sempre foi uma boa menina não para ser, e sim pq simplesmente era, e ponto final.
Liberdade, certa vez, eles gritaram no meu ouvido, e eu tive uma sensação de extremo prazer. Eu estava escutando rock&roll. Eu estava rasgando os panos cor-de-rosa e guardando roupas sujas no guarda-roupa.
Mas é pq você quis ser livre, você quis arrancar este rótulo de menininha certinha queridinha e todos 'inhas' que eles queriam que você fosse; pq você sentia que não ganhava nada com isso.
Você queria ser alguém legal, mas por você, e não por eles.
Mas eles esquecem que você tem direito de pensar e de agir livremente, e que você se revolta, e que você tem o direito de fazer isso.
Adolescente rebelde, que ridículo. Você simplesmente quer que sua opinião tenha algum significado. Não se preocupe, eu não quero usar drogas e nem dar pra todo mundo, mamãe. Eu apenas quero ser PARA MIM e não para vocês.
Eu acho ridículo como me sinto.
Eu me sinto sem proteção, porque talvez ela me foi negada. Eu me sinto rejeitada, porque talvez eu precisasse de mais atenção. Eu preciso de alguém que me entenda, porque, talvez, eu me sinta perdida. E eu falo tudo isso, talvez, porque eu esteja deprimida. Sei lá, eu não sou sempre assim.
Eu me sinto assim, pois 'mamãe e papai' para mim não existem mais. Sou eu e mim.
É estranho como algumas coisas, por mais que tentemos, incomodam nossa vida. Não vou negar, isso me incomoda. Mamãe e papai, vocês se importam?
Isso me soa tão falso.
Muitas vezes, eu 'me pego' chorando desesperadamente.
Muitas vezes, eu 'me pego' rindo desesperadamente.
Desespero.
Eu estou desesperada, eu quero me entender.
Façam-me entender tudo isso.
Talvez, eu seja só mais uma adolescente ridícula.
Isso me deprime.


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


"A falta de sentido, a liberdade conseqüente da indeterminação, a ameaça permanente de sofrimento, da origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero; há uma ênfase na liberdade dos indivíduos como a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não pode fugir."

terça-feira, 17 de junho de 2008

Ânsia


Hei, desculpe-me! Mas eu não posso ficar.
Minha mente me leva, minha mente me cospe pra longe daqui...
Como um vômito que teima em sair.
Como o vento, sempre em movimento;
Que não pode parar, que não consegue parar e que se para... já não é mais vento, perde sua essência.

Sinto muito!
Mas eu acelero e vou pra longe.
Eu não sei pra aonde eu vou, (e por eu sentir demais)
eu não sei onde estou.

Onde eu estou é aonde eu não posso ficar.
Quem eu sou, não é com quem você quer estar.


Com você por perto, eu me perco.
Eu troco flores por pedras.
Sinto-me subordinada a ser um eu ‘que deseja ser quem você quer desejar’.
Sinto-me suja, podre, cega.
Esterco.
Aqui não é o meu lugar.

Não quero dependências.
Por favor, poupe-me de suas supérfluas exigências.
Eu quero ser ‘para mim’, ser por inteiro.
Quero libertar minha consciência, curar essa ânsia.
Éca!