sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
pra marília
Tinha os pés no chão, aquele passarinho. Sentia-se feliz, seguro, tinha noção do que havia ao seu redor próximo. no entanto, uma fome morava dentro dele, apesar de não a sentir. Um dia, viu uma forma aparentemente deliciosa (e era). Ao comer, aquela delicadeza foi se desprendendo, foi o cortando por dentro, como se agulhas saíssem, inacreditavelmente, explodissem daquilo. Cortes profundos, como doíam. Mas o passarinho se sentia maior, aqueles espaços perfurados o engrandeceram. Aquela coisa dolorosa que comeu sem saber, o saciou com o sabor misterioso de 'viver'. Só então, em lágrimas, olhou para cima e sentiu o céu. E só então sentiu que poderia voar. E agora voa vendo por dentro milhões de distâncias fora. E agora, depois da dor, sabe o que é vermelho. Mas pode descobrir o azul. Agora ele é. Agora um mundo vive nele.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
a natureza me conta coisas em silêncio. e eu só as consigo ouvir quando o coração pulsa tão alto a ponto de o som não existir. mas há música. a madrugada me revela mistérios, me revela a mim mesma, com o peito aberto e a mente livre, o quão longe se pode ir dentro da verdade de ser apenas um Simples. só então, há música em si. podemos dançar.
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