quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A proCURA da CURA (remédio é uma droga)



Desculpe-me a indelicadeza, mas você esta doente. E para ser sincera, remédio é uma droga. Freneticamente, inventaram remédio pra tudo. Dor nos dentes, na cabeça, na barriga, nas costas, na bunda. É assustadoramente incrível como o homem cria. Mas minha consciência continua doendo. E a minha dor de cotovelo, a dor da perda, a dor de amor...Permanecem me perturbando. E eu procuro a cura. Espero pela droga que vai expulsar minhas dores, me entorpecer. Tome coca cola! Hei, tome coca cola! Eles estão me medicando com essas drogas casuais. Eles vão fazer as pessoas implodirem em pensamentos hipócritas, em meias-verdades, falsos ideais, sorrisos tristes e olhares envelhecidos por serem pisoteados a todo instante pelo que assistem na televisão, pelos alimentos de plástico que comem, pelas roupas voluptuosas que vestem, pela musica suja que ouvem. Eles estão vendendo sua alma ao diabo e você insiste em tapar seus olhos com um mundinhopurpurina. Eles vão puxar seu tapete vermelho...
Você esta ajudando a cravarem uma faca no seu peito. Mas você não sente dor, não é? Um mundo de aparências. Eu sei, eu também estou doente. Eu fui corrompida pelo simples fato de existir, de poder ver, ouvir etc. Sentir, obrigada por me deixarem sentir, ainda. Mas em mim dói. Restou-me um pouco de inteligência no meio de tanta estupidez e eu consigo percebera doença em mim, no mundo.
E eu procuro a cura. É loucura? Estou em um combate sozinha, contra milhares de tentações estúpidas. Loucura é não conseguir olhar a lugubridade impregnada no olhar dos homens, marionetes de fácil manipulação. É ter vergonha de mostrar sua sujeira coberta por panos de seda. Loucura é quando um filho não tem uma mãe para confortá-lo. Filhos do descaso. Loucura é ter voz e não gritar. Você esta em um jogo de xadrez. Eles estão brincando com você. Cheque mate!
Eles inventaram remédio pra dormir, pra ficar acordado, pra defecar, pra ficar bonito. Let´s go barbie! Eles criaram remédio, gente comida. Manipulação.
Eles criaram curas, mas criaram e perpetuaram a minha doença, a sua doença. Bestialização.
Está perplexo com sua própria ignorância? Reme contra a corrente, nesse mar insano de um individualismo mordaz. Fuja desse morfinismo.Analise seus sintomas. Mate-os. Respire fundo. Respire sua essência. Atrofie suas dores. Evite contingências. Desatrele sua mente! Uma súplica.
É assustadoramente incrível como o homem destrói. Guerras, diz-me qual é a cura? A cura para a enlouqüência dos homens, pras guerras no mundo, homens que trocam vidas por dinheiro, poder e esses diamantes que sustentam seus corpos ocos. Ideologias. Tome coca cola. As dores e os medos são nossos. Nossos.
Nossos filhos nascerão com cicatrizes. Mas me disseram que é mais fácil disfarçá-las depois com um produto qualquer do que evitá-las.
E agora? Qual é o remédio que cura? Qual é a droga que vai me deixar melhor? Melhor?
Eu descobri que ta todo mundo fumando um baseado enquanto seus filhos choram em seus ventres estéreis.
E as guerras dentro de mim? Ir ou ficar? Gritar ou calar? E o meu silencio foi minha ultima palavra.
Morfina, morfina!
Alivio momentâneo até você morrer.
Se é que você ainda esta vivo realmente.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Impressões




Eu calcei minhas havaianas, já bem gastas de tanto ralar nos longos corredores de minha casa. Labirintos. Gastas também por, com freqüência, serem atiradas à parede. Eu costumava matar aranhas com elas. Mas matar aranhas não me diverte mais. Agora eu me divirto matando lembranças, matando vontades, e parindo idéias, parindo companhia.
Às vezes (sempre) dói matar. Mas a dor do parto é compensada pelo riso coberto de lágrimas e gritos desesperados de uma criança lavada com o sangue da mãe. Vermelho. Paixão. A mãe, quase sem forças, sorri. Amor. Vou acordar com você em meus braços. Vou sonhar que você já esta pedindo por meu peito. Companhia. Minhas idéias pedem por meus versos. Eu vou sonhar. Idéias.
Eu matei várias pessoas em mim, para mim.
Eu matei o pranto de todas as tardes que me escondia de mim mesma para libertar as lágrimas contidas, que faziam até doer a garganta. Eu sentia vergonha de minhas atitudes melancólicas e desconsoladas. Mãos no rosto. Eu quebrei meu espelho. Acho que é porque eu fico feia chorando, você entende? A aparência é gélida. Em meus olhos permanece apenas um mar fundo e frio, sem vida; apenas pedras que cortam os pés. Inexpressivo.
Eu matei as noites que eu incompreendida por não te perturbar em seus sonhos e tirar-te o sono e causar-te sensações esquisitas, como que fome de alguém (de mim)... Eu não dormia. Cansaço. Fome. Eu arranquei as páginas do meu diário. Páginas em branco. Meus dias eram vazios. Pálidos.
Eu joguei minhas havaianas contra a parede. Eu queria jogá-las em você. Impassível. Fazer você sangrar. Vermelho. Amor.
A parede me jogou pra longe. Eu sai pela janela e cai em uma poça d’água salgada de prantos e partos. Eu me afoguei. Fôlego!
Joguei toda água suja pra fora. Flutuei sobre a superfície e logo consegui voar pra longe dali, do descaso. Desafogo.
Minhas asas me levavam instintivamente para o horizonte que agora havia no mar dos meus olhos. Eu soprava e eliminava a poeira dos meus pulmões. Puros. Eu era a pureza. Eu estava coberta pelo sangue maternal. Vermelho. Amor.
Guiei-te. Você mergulha no meu mar. Permito-te. Há esperança em minhas mãos estendidas. Há desejo em seus lábios molhados, em seus dedos já murchos.
O toque.
Você se perdeu no meu mar, no meu amar... Afogo-te. Afogo minhas lembranças. Mato-as. Agora posso por meus pés no chão! Ufa!
Calço minhas havaianas, caminho pelos labirintos e sem medo e com a certeza da incerteza do caminho percorrido, sento-me em frente ao televisor.
...
Assisto a um comercial de sandálias havaianas. Bonitas. Multicoloridas. As legítimas. Morri.
Matei minhas idéias paridas com dor. Matei sem sangue. Sem amor. Recuse imitações. Sem pensar. Apenas impressões.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Explosão


Espanto-me a cada momento, as respostas e perguntas que a vida me traz (e eu me deixo captar) vão/estão me surpreendendo. Surpreender, não sei ao certo o motivo, mas isso me soa tão bem, é tão excitante! O inesperado, o surpreendente me agrada. Hum, mel em meus lábios. Degustar.
Se os pensamentos e idéias pesassem, eu, de fato, seria obesa, tomaria purgativos, defecaria questionamentos com cheiro de chuva no asfalto quente. Tão cheia de dúvidas, mistérios, fúria e calmaria, eu sou. Ser, não sei bem se eu realmente sou, ou se ‘mim’ é algo pré-determinado, que alguém programou, como se a idéia de ‘livre-arbítrio’ fosse errônea, como se nossas atitudes e pensamentos fossem programados, destinados, e nós, seres humanos, apenas corpos paranóicos que seguem um manual de instruções invisível. Eu tenho medo disso. Espanto-me ao pensar que eu posso não SER quem sou, por que apesar de tudo eu gosto de ser minha razão e apesar de tudo, minha emoção. Sentir. Humm, mel em meus lábios.
Ridículo, seria muito insensível se fossemos privados de sermos nosso corpo, nossa mente, nosso jeito, nosso ‘eu’. Eu me questiono demais a respeito da minha existência, do mundo, das cores, dos sentimentos, da dores, do homem. Ridículo? É realmente estranho esse negócio ‘de existir’. Ridículo é só pensar nisso e não viver. É preciso esquecer da complexidade do ‘ser’ e viver as coisas mais simples. Nossas experiências vão nos mostrando o que somos e se somos, e o que podemos ser. Esclarecendo e trazendo novas dúvidas. Ridículo é viver sendo quem não é. Ui, que nojo!
Paah!
Contrastes. Eu sou o riso e o choro. A certeza e a dúvida. A dor e o prazer. O branco e o preto. Um campo e uma prisão. Uma brisa...Um vulcão!
Puuul!
Não basta me investigar, me estudar, analisar. Sinta.
Não há definições que se encaixem em mim, não há palavras que possam expressar a complexidade de ser eu. Mas, por favor! Não quero dizer ou levar a entendimentos medíocres, como que eu queira que pensem que em mim exista algo de ‘especial’, ou que uma luz vem do céu e me ilumina(?). Não há nada de cintilante em minhas palavras, apenas quero deixar evidente a minha necessidade de eu ser eu. A sede de liberdade que existe em mim. Os meus olhos gritam, as correntes precisam ser soltas. Solto meus leões. O homem precisa ser humano. Pensar.
Não se surpreenda caso um ponto de interrogação se forme em minha cara enquanto eu olho para a sua, ser humano, sujo, verme, cheio de inveja e veneno na saliva. Cuspo na sua cara.
Puuuul!
Uma brisa...pode se transformar em ventania. Um vulcão que dorme pode acordar.
Isso foi uma intimação.
E ai?



Sinestesia



Tic tac, tic tac...
O relógio sussurrava em meus ouvidos.
O tempo escorria em minhas mãos.
Eu ignorava as rugas que estavam surgindo em meu rosto.
Eu estava me apoiando em algo para andar,
e eu não sentia minhas pernas se moverem.
Paralisada.
Eu estava me apoiando em você e você não me sentia, e então...
Eu caia.
Lentamente, um cubo de gelo descia em minha garganta.
Espinhos perfuravam meus pés.
Eu caia. Tão fundo. Tão frio. Tão cinza. Tão morto.
Respiração ofegante. Paralisada.

Eu perdi meus olhos, eles agora são seus.
Eu perdi minha fé.
Eu perdi meu eu.


Agora você pode me ver?
Caindo.


...................................Caindo.



.............................................Ca-
..................................................
Indo.




.................................................C
.....................................................a
........................................................i
.......................................................... n
..............................................................d
................................................................o.


Você consegue me ver ai de cima?
Você pode sentir meu olhar em seus olhos?
Você consegue escutar meu riso que foi calado?
Eu estou indo, mas estou ao seu lado.
Indo.
O nada me espera.
Eu sinto o gosto da solidão.
Eu estou indo.
Eu sei,
Você consegue sentir as lágrimas... O gosto delas.
Meus olhos são seus.
Indo.
O nada me espera.
Eu sinto o gosto da
solidão.
Você consegue me dizer adeus?







segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ah!



Sinceramente, eu acho que deveriam me deixar em paz.
Eu não tenho mais heróis para me espelhar, eu perdi isso.
Eu não me preocupo mais em satisfazer vontades alheias, não me preocupo mais em ser um bom exemplo, em fazer tudo oq me taxaram como 'certo'. Esse é o problema.
Eles te programam, eles te entregam gavetas separadas por 'certo' e 'errado', e você tem que agir de acordo com isso. Não!
Chega um momento em que você quer independência, quer ser livre para agir de acordo com oq você acha certo ou errado, ou simplesmente, você é livre para achar que não existe o certo e o errado.
Você sempre foi uma 'boa menina', você sempre gostou de ser assim. Você sempre foi uma boa menina não para ser, e sim pq simplesmente era, e ponto final.
Liberdade, certa vez, eles gritaram no meu ouvido, e eu tive uma sensação de extremo prazer. Eu estava escutando rock&roll. Eu estava rasgando os panos cor-de-rosa e guardando roupas sujas no guarda-roupa.
Mas é pq você quis ser livre, você quis arrancar este rótulo de menininha certinha queridinha e todos 'inhas' que eles queriam que você fosse; pq você sentia que não ganhava nada com isso.
Você queria ser alguém legal, mas por você, e não por eles.
Mas eles esquecem que você tem direito de pensar e de agir livremente, e que você se revolta, e que você tem o direito de fazer isso.
Adolescente rebelde, que ridículo. Você simplesmente quer que sua opinião tenha algum significado. Não se preocupe, eu não quero usar drogas e nem dar pra todo mundo, mamãe. Eu apenas quero ser PARA MIM e não para vocês.
Eu acho ridículo como me sinto.
Eu me sinto sem proteção, porque talvez ela me foi negada. Eu me sinto rejeitada, porque talvez eu precisasse de mais atenção. Eu preciso de alguém que me entenda, porque, talvez, eu me sinta perdida. E eu falo tudo isso, talvez, porque eu esteja deprimida. Sei lá, eu não sou sempre assim.
Eu me sinto assim, pois 'mamãe e papai' para mim não existem mais. Sou eu e mim.
É estranho como algumas coisas, por mais que tentemos, incomodam nossa vida. Não vou negar, isso me incomoda. Mamãe e papai, vocês se importam?
Isso me soa tão falso.
Muitas vezes, eu 'me pego' chorando desesperadamente.
Muitas vezes, eu 'me pego' rindo desesperadamente.
Desespero.
Eu estou desesperada, eu quero me entender.
Façam-me entender tudo isso.
Talvez, eu seja só mais uma adolescente ridícula.
Isso me deprime.


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!


"A falta de sentido, a liberdade conseqüente da indeterminação, a ameaça permanente de sofrimento, da origem à ansiedade, à descrença em si mesmo e ao desespero; há uma ênfase na liberdade dos indivíduos como a sua propriedade humana distintiva mais importante, da qual não pode fugir."

terça-feira, 17 de junho de 2008

Ânsia


Hei, desculpe-me! Mas eu não posso ficar.
Minha mente me leva, minha mente me cospe pra longe daqui...
Como um vômito que teima em sair.
Como o vento, sempre em movimento;
Que não pode parar, que não consegue parar e que se para... já não é mais vento, perde sua essência.

Sinto muito!
Mas eu acelero e vou pra longe.
Eu não sei pra aonde eu vou, (e por eu sentir demais)
eu não sei onde estou.

Onde eu estou é aonde eu não posso ficar.
Quem eu sou, não é com quem você quer estar.


Com você por perto, eu me perco.
Eu troco flores por pedras.
Sinto-me subordinada a ser um eu ‘que deseja ser quem você quer desejar’.
Sinto-me suja, podre, cega.
Esterco.
Aqui não é o meu lugar.

Não quero dependências.
Por favor, poupe-me de suas supérfluas exigências.
Eu quero ser ‘para mim’, ser por inteiro.
Quero libertar minha consciência, curar essa ânsia.
Éca!


sábado, 5 de abril de 2008

Algo Mais - Os Mutantes



Olha meu irmão
Vamos passear
Vamos voar
Tira a partida
Acelera a vida
Vamos amar
Ande depressa
A vida tem algo
Mais pra lhe dar

Olha meu irmão
Vamos passear
Vamos voar
Vida no tanque
Subiu no sangue
Vida no ar
Ande depressa
A vida tem algo
Mais para lhe dar


Giro aflito
Beijo e grito


Algo mais

Algo mais


Correria!



Tão pequenas em um mundo tão grande, tão cheio de dores.
E elas tão cheias de cores e flores, flores em suas cabeças.
E elas tão cheias de dores, e armas em suas cabeças.
Tão cheias de vida, tão 'mortas-vivas'.
Sorrisos, prantos, vida, morte.
Azar e sorte. (?)
Corre, corre! Eles estão chegando...

E apesar de tudo, e apesar do mundo, elas sabem muito.
Muito vão aprender, muito não deveriam saber.
Mas elas não sabem o quanto são grandes e o quanto podem crescer!
Vai! Corre, corre...ria, ria!
e leva com você teu irmão, e leva com você os sonhos.
Corra, ria. Correria!
Eles estão chegando...
talitha tschoke

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Pensa-rinho




Eu penso, parece que não penso, penso demais em você, quero (parar de pensar em) você, VOCÊ.
Eu pensei que você me amaria da mesma forma como eu te amo.
Eu pensei que você me amava.
Eu sinto uma dor no peito, sua mão aperta forte meu coração.
Eu grito 'Ah!', mas sempre fico sem 'Ah!'ção
Escuto seu nome e tudo já fica diferente, você perturba a minha mente e mente, mente...


Eu caio, quebro, me transformo em pe-da-ços. Junto-me aos poucos, me despedaço de novo.
E ai, eu já nem sei. Passarinho.

Nem sei o que fazer, não sei não pensar em você;

Não sei pensar. Pensarinho.

talitha tschoke

Sim, sinto!




Sou sensível, dramática e romântica.
Por vezes utópica, por vezes irônica;
Faço versos sem rima, eu grito e danço, me lavo na chuva!

Faço-te caretas, invento uma música;
eu choro e corro, rio de tudo;
fecho os olhos e sonho,
falo com as estrelas,
faço pedidos...
Sinto o vento no rosto,
eu sinto e sinto...
(BIBI)