quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ela era aurea que ofusca colorido

Olha, disse Laura, vou destruir as allfaces no almoço. Olhei e vi a carne viva em todos os rostos. Laura vomita constantemente. E a carne viva me dá fome. Ela, às vezes, toma um drink pra ficar legal, pra vomitar com outro gosto. Eu acho engraçado. Laura tem um olho de cada cor, e um olho de todas as cores. Tirou uma foto - e ela tinha cara de alface, toda verdinha e molhada. Gosta de ficar ao sol, fotossintetisando todas as faces que encontra na sua mente e no seu estômago. Certa vez, olhou-me demais. Não gostei. Outra, parecia que estava com o capeta no corpo e tinha uma cara que eu não sei dizer do que (eu nunca sei): ela era espanto e milagre. Depois, chamei-a pra tomar um chá feito ingleses. Mas era verão e tomamos uma cerveja mesmo. Nem gosto. Eu acho engraçado. Fiz isso só pra saber que quando parecia o capeta era por que tinha visto a face Dele. E ela me falou normalmente, como se tivesse dito: estou com fome ou eu sinto que vou explodirpoisnão cabe mais isso tudo aquidentro ou hoje você esta tão chato com essa camisa verde azeitona. Achei engraçado. Laura era toda esquisita e muito engraçadinha. Disse que nunca mais se olharia no espelho. Eu não entendi porque ela é tao bonita. Eu gosto dos seus dentes. Gosto também dos seus cílios. Mas me disse eu preciso e saiu correndo. Tem uns dias - principalmente quando chove - que penso que ela não sabe o nome daquilo que precisa. Deve ser triste. Eu acho meio triste. Laura disse que se morresse hoje, iria morrer triste. Entao eu arranquei-lhe os olhos. L Chorou de alegria. Escorriam lágrimas de sangue e um líquido escuro. Ela disse que o gosto era bom e que agora estava em paz. Abrace a árvore, Oswaldo! Eu não fiz isso porque dá vergonha. Vamos correr como os pássaros, Oswvvv? Ela gostava de ficar fazendo esse barulhinho vvvvvvvvv com os dentes raspando nos lábios. Quando ela passarava eu achava muito doce. Eu a olhava com meus olhos de Laura e eu era muito feliz. Mas ela foi correr como os peixes e o lago reflete reflete reflete etelfer. Ela não voltou nunca mais de lá. Às vezes, fico às margens do lago observando com meus olhos de Laura e vejo-me refletido com os olhos de Laura. Quando ela me visita sempre traz azeitonas em conserva, flores e livros velhos e um engovvvvvvvvvvvv. E ri muito. Meu Deus, como Laura sorri e eu choro alaranjado. Mas quando é mais pro vermelho eu tenho vontade de sair correndo e abraçar as árvores. Douradinhas, quase amarelas. Hoje, quando o silêncio era tão profundo que ouvia apenas o barulho das alfaces sendo trituradas por meus dentes, lembrei dela de um jeito diferente. Eu imaginei um dia frio. Nós tomavamos chá. Laura tinha a pontinha do nariz vermelha. Disse que estava com fome. E a única coisa que eu fiz foi mostrar a minha face. Você também é, Oswvv. Troquei as meias e fui ler. Eu acho muito engraçado. Oswaldo não sabe pontuar, nem conjugar direito os verbos e repete as palavras e perde a ordem – faço uma bagunça. Elaurea. Quase não pisco. Tomo um drink pra sentir o gosto. Sinto falta dos cílios.

Um comentário:

Jozi Elen Fleck disse...

Gosto de tudo que tem aqui. principalmente das alfaces.